segunda-feira, 26 de setembro de 2011

He's Just Not That Into You

Dessa vez o Cinema de Espartilho resolveu conferir como anda a representação das mulheres nas comédias românticas convencionais. Ainda assim, o filme escolhido foge um pouco à regra por apresentar uma proposta um pouco diferenciada: tentar mostrar a face mais realista dos relacionamentos para as mulheres. No fim, quase tudo dá certo, mas o filme se destaca dos outros por ter um tom quase didático. Ele não está tão a fim de você (He’s Just Not That Into You, Ken Kwapis, EUA, 2009) se desenvolve a partir das histórias de cinco mulheres. Três delas estão à procura de um amor. As outras duas, aparentemente, já o encontraram. Mas, como é comum à essência feminina, elas não estão satisfeitas com o que têm.

Aí está uma prévia:



Conheça as personagens: 
Gigi (Ginnifer Goodwin) é a personagem que narra e dá segmento à história. Ela é o arquétipo feminino elevado a seu nível máximo – pelo menos como concebido na mente masculina. Carente, insegura e arduamente empreendida na busca de amor, “assusta” o sexo oposto com seu excesso de interesse. Ela representa o modelo da mulher eternamente à espera do telefonema que nunca virá, a que é taxada de “boba” e por isto também tão facilmente descartada. O longa, porém, faz uma reviravolta no que diz respeito a este estereótipo romântico, e o classifica como preferível àquele outro que escolhe  a insensibilidade e a frieza para não ter que se sentir vulnerável diante do amor.

Mary (Drew Barrymore) é a representação moderna dos solteiros desesperados. Não existe uma rede social na qual não se inclua, principalmente se o objetivo do site for procurar relacionamentos. Ela se envolve com muitos homens, mas como todos são virtuais, o sentimento de solidão é cada vez maior. Mary tem consciência de que toda essa inclusão no mundo digital só faz com que ela possa ser rejeitada constantemente em diversos meios, mas como o desespero é grande, a moça continua a sua procura. 

Anna (Scarlett Johansson) talvez seja a personagem mais confusa de todo o filme. Apesar de aparentar independência, parece não suportar a falta de um relacionamento em sua vida. Há muito tempo está em uma relação ambígua com um corretor de imóveis, que não sabe dizer se é apenas um amigo com benefícios ou se pode esperar mais da mulher. Ela, na verdade, só quer mantê-lo na reserva e, no meio dessa história, acaba se envolvendo com um homem casado. Sentindo-se especial, Anna acredita ser o tipo de amante que vai virar esposa e, por isso, investe muito no rapaz. Mas o medo de ficar sozinha parece reinar na mulher, que não deixa de manter-se sempre presente na vida do seu estepe. 



Beth (Jennifer Aniston), ao contrário de todas as personagens do longa, é a única realmente feliz no amor – e não se dá conta disto. Mora junto com o homem com quem tem um relacionamento sólido e verdadeiro, mas que também não abre mão de um princípio íntimo incontornável: não quer se casar. Desesperada para oficializar a união, ela insiste na ideia até finalmente constatar que o que já possui é muito mais real do que os “casamentos ideais” que pode observar. O desfecho do casal, no entanto, é surpreendente.


Janine (Jennifer Connely) é casada com o homem com quem namorou desde os tempos da faculdade. A princípio, ela acredita ter toda a estabilidade e segurança emocional que só um relacionamento longo pode trazer. É  a reforma da casa promovida pelo casal, no entanto, o pretexto para que uma crise interna a faça se questionar sobre a veracidade dos sentimentos envolvidos em sua relação. Diante da decepção posterior com o marido, Janine enfim descobre que seus problemas não estão na esfera do casamento, mas voltados para si mesma. Mais que de um amor recíproco idealizado, o que ela precisa é de um tempo para se entender enquanto pessoa.

 

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